Chega uma hora que de tanto deixar as entrelinhas de lado, as vírgulas de fora e os ponto finais desalinhados...
Eu sou obrigada a parar e deixar de inexistir por alguns momentos e recordar das lembranças boas para tomar fôlego e recomeçar.
O verdadeiro sentido de tantas brigas, eu desconheço, talvez eu seja tão errada quanto vocês.
Família nada mais é do que bons sentimentos, serenos e eternos.
Só na minha concepção é silêncio aos finais de semana, até parece que tudo começou porque eu não fui visitar vocês.
Em algum momento as palavras deixaram de ser ditas, as frases foram mal completadas ao vento e muita coisa perdeu sentido, inclusive a nossa harmonia.
Queria voltar a escrever nessas linhas tortas algumas verdades retas, me falta um pouco de coragem para dizer algumas coisas que nunca foram nossas, nem pertencem a nossa realidade.
A verdade é que vi muita coisa lá fora e descobri que o mundo não era tão azul como vocês me disseram...
Aprendi com outras pessoas a enxergar coisas que eu não sabia que existiam e em algumas encontrei amizade verdadeira e lealdade.
Se for verdade ou não até hoje ninguém me provou o contrário.
Pode ser que o mal alimente o meu descaso e que eu seja puro egoísmo e gelo, se algum dia isso me incomodar, eu quero tomar um banho e dormir por dias inteiros até tudo isso passar.
Tenho medo de virar clichê e que meu passado e futuro sigam um padrão.
Só me resta desejar que cada dia seja uma nova história e que cada momento seja colorido com tinta, pincel e tudo mais que um artista precisar para criar.
Agora, na minha janela eu vejo gotas de água que descem o céu aceleradas rumo ao suicídio...
O mundo parece que vai perder uma parte a cada trovão.
Em tempos nublados é assim, eu me apoio em vocês, só assim ficamos bem, mas em tempestades eu perco uma parte de mim e me toma um sentimento de não ser.
Luto contra as nuvens para sobreviver e contra o mundo para ser assim.
É tão normal ser diferente...
"O melhor da vida está escondido nas entrelinhas..."
Pandora.
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