quarta-feira, 5 de março de 2014

Sonho impossível de ser vivido...

É esse toque de loucura dos nossos encontros que mais inflama o que somos, essa irresponsabilidade, esse proibido.
É que eu to cansado da dúvida se o que vivo é bom ou ruim, certo ou errado.
Ao menos contigo eu tenho a certeza!
Certeza de que não deveria, certeza de que estou andando em brasas, queimando os pés e que isso cedo ou tarde vai doer.
Quando você vai embora dói pra valer...
Com você eu ando tendo a certeza de que estou cometendo uma loucura, de que pra nós dois é errado, e de que você sequer sabe o real significado... o preço dos detalhes pra mim...
É uma investida solitária, eu passeio pelo seu corpo sem a preocupação de ganhar visto pro seu coração, sou turista em suas curvas, fotografo com beijos molhados suas mucosas, e guardo com um gosto já de passado o seu cheiro...
E por falar em passado, as vezes já me pego te conjugando assim.
É um senso de realidade cruel esse, mas é tão saborosa a certeza, mesmo que seja a certeza do erro.

Ao menos sei que és quente, e em que sentido és quente.
A mornidão ainda me amarga a lingua, me fere os olhos feito um cisco.
Cansei das pessoas mornas, das suas quase mentiras, meias verdades, crises e indecisões.
Abraço hoje a certeza do que não somos e gozo como amor algum jamais me fez gozar...
Assim somos passados pra trás, e só o que importa é o nosso sincero, honesto e tenaz desejo.
Ao menos nele eu posso verdadeiramente acreditar, com certeza.
É... tudo é tão certo, que me pergunto... o que será de nós?

Mas nunca vai ser todo nosso... completamente nosso...
Vai sei só um sonho impossível se ser vivido completamente.

Pandora.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Menino...


Morro de medo de perder você.

Tenho medo de que por algum motivo você desapareça como num passe de mágica, do mesmo jeito de como você apareceu na minha vida.

Sabe amor... Se a gente se perder nessa vida eu nem saberei o que fazer.

É que eu descobri que ganhei uma parte de mim de volta quando te conheci. 
Não sei dizer o quanto te amo. 
O amor não cabe no meio das letras: ele ocupa um espaço inteirinho dentro do coração. 
E isso faz a minha vida muito mais feliz...

Andréa

Medo!!!

Desde que te conheci eu me sinto assim.
Uma criança parada diante do mar tentando reverter a direção das ondas, tentando convencê-las de não bater, mas de acariciar a praia, tentando convencê-las a agir mais silenciosamente, mais organizadas.
Tentando mostrá-las que o mar não é como um rio, que elas poderiam até escolher não estourar na praia, que poderiam ter o curso que quisessem.
Desde que te conheci estou eu diante do mar tentando convencê-lo de que outros humores são possíveis.
E nesse tempo o que tem mudado é a fé da criança e o humor do oceano.
Agora tu te iras é contra mim e eu temo por meu próprio afogamento.
O que mais me ofendes é que se eu for, tu me deixarás ir como quem perde uma coisa qualquer, uma moeda de dez centavos que cai do seu bolso e que você julga não valer o esforço pra baixar e retomá-la pra você, mesmo tendo consciência de que ela fará toda diferença no troco de uma passagem, num pedágio qualquer.
Sinto-me supérfluo, teu respeito às minhas decisões me agride, teu me deixar ir me fere, tua permissividade me ofende.
Uma vez ouvi que quem ama não permite todas as coisas, que aliás onde tudo é permitido é que não há amor.
Amor, o que há de mais egoísta que o amor?
E agora?
O que somos nós?
Se definir o que somos é tarefa árdua, definir o que fomos até aqui me soa tão impossível quanto.
Agora te vais fugindo de mim, fingindo pra mim que o detalhe não é nada, que o que é pequeno pesa mais do que o que é maior, vais pra essa terra que fica lá longe, e por mais que teu vôo te leve continentes a frente bem rápido, sinto teu afastamento gradativo, lento, langoroso, feito aquele sangue que escorre sem vontade e chega a fazer cócegas na pele enquanto abandona o lugar onde deveria estar.

Não que eu tenha a pretensão de dizer que é nos meus braços o seu lugar.
Seu lugar é onde seu peito se aconchegar.
O que tenho é medo de que não seja em mim, comigo.
Que medo das respostas que eu já sei de perguntas que eu jamais farei...
Diante desse cenário, e agora?
Salvo a mim? Salvo a nós?
Há alguma salvação? Ou tudo termina igual, como sempre termina, de novo?
Que medo!

Pandora