Quando a gente se gosta, a gente cuida.
Cuida mais do que devia.
Gostar é se prevenir do desgosto.
A gente nunca sabe o que é suficiente, a gente vai se doando, se gastando, sem pedir troco.
A gente gasta mais do que se tem e corre atrás para imaginar o que não se viveu para não fazer falta na memória mais adiante.
Quando a gente gosta, é um exagero de gosto, é falar para levar o casaco porque pode fazer frio, é chamar atenção sem motivo, é fazer escândalo no telefone em pleno trabalho.
Quando a gente se gosta, a timidez fica sem chances de escapar.
Quando a gente se gosta, o que não se gosta é suportado com gosto.
Quando a gente se gosta, a gente diz que nunca mais vai repetir e repete, porque gostar não é promessa, é quebrar promessas com os dedos cruzados nos lábios.
Quando a gente se gosta, os segredos são música sem letra, adivinhação de pernas na mesa.
Quando a gente se gosta, somos personagens do gosto mais do que autor dele.
Não mandamos ...
Pandora
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