segunda-feira, 16 de maio de 2011

OK

De dentro de uma cabana, na maioria das vezes equipada e com alimentos e local de descanso, ficava o general. 
Este, após anos de estudos de estratégias de guerra, tinha à sua disposição um sem número de equipamentos de telefonia e cartográficos, entre outros, para poder observar o ambiente e, mediante seus objetivos, traçar um plano estratégico.

O plano era cuidadosamente repassado aos tenentes e capitães, que saiam com suas tropas para o ataque.

A função do capitão era a de pegar toda a mensagem estratégica deixada pelo general e fazer com que os soldados a entendessem, pois colocariam suas vidas em risco com base em tudo aquilo.

Os soldados saíam a campo e a guerra começava.



O general, mesmo abastecido de mantimentos e de tecnologia, ali ficava, em sua solidão, imaginando se o seu plano havia dado certo. 
Sua responsabilidade era a maior de todos ali. 
Tudo passava em sua cabeça.

Horas ou dias depois, o capitão retorna ao acampamento e, já dentro da cabana, leva o status do ataque. 
Quando morriam alguns soldados, o número de mortos era colocado numa lousa, para que o general pudesse fazer uma análise com os outros pelotões. 
Quando não havia mortos, o capitão simplesmente assinalava na lousa: OK, ou seja, zero killed. 
Assim, ficamos com o nosso ok, símbolo máximo que tudo está no lugar, que tudo deu certo, que ninguém morreu. 
Assim nasceu o símbolo máximo do otimismo e da esperança.

Essa história tem três tipos de heróis: o general, que, de dentro de sua cabana, sozinho, com experiência e visão, consegue traçar um posicionamento estratégico e um plano suficientemente bons para levar os soldados ao objetivo maior: a conquista de algo. 
O general tem uma língua própria, não fala a língua dos soldados, portanto precisa de um tradutor.

Este, chamado de capitão, tinha a capacidade de ler o plano estratégico e traduzi-lo para os soldados, fazendo com que cada um conseguisse enxergar o mesmo que ele. 
Conseguia também traçar planos táticos, miniplanos para que o plano maior fosse alcançado.

Já os soldados, com garra e, sem duvidar de seus líderes, entravam em cena para que a guerra fosse concluída.

Tirando o fato de que não acredito em guerras, por causa alguma – conquista territorial, orgulho nacional, controle populacional ou qualquer coisa do tipo -, venho a crer que o modelo tornou-se base para a construção de conglomerados capitalistas, grandes empresas, corporações gigantescas, modelos de gestão, tudo utilizado de outra forma, sem que houvesse mortes. 

Modelos que trouxeram à tona às únicas virtudes daqueles que ali se entregavam para, no final do dia, poder descansar, tomar um banho, ouvir uma bela música, apreciar a paisagem ou escrever para a mulher amada, que de longe os aguardava.


O modelo trouxe a todos o aprendizado sobre a perda e o ganho, sobre a estratégia e a tática, sobre a evolução da diplomacia.

O modelo nos ensinou a alegria de, após um dia cansativo e cheio de perdas e ganhos, podermos escrever com orgulho numa lousa as duas letras mágicas: OK

Texto de Alberto Leite.

E VIVA A SIMPLICIDADE!!!!

Pandora.

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