sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ser um grande Nada


Houve um tempo onde ser lembrado era uma honrra.
Era um tipo de prêmio de consolação, quando não, o objetivo principal de uma vida.
Corria atrás de um jeito de ser tão especial e único a ponto de ser inesquecível...

Vaidade total essa minha!
Isso é porque sei bem da morte, fui amigo de alguns que se foram já bem velhos, e me recordo bem e diariamente de meu velho avô, das minhas velhas avós e das conversas que tínhamos...
Das histórias que ouvi e de quem se foi, e me arrepio em perceber, diariamente me lembro deles cada vez mais com as suas dificuldade.
O tempo nos engole feito o mar tenta engolir um naufrágio, onde mesmo o maior dos navios encontra lugar no esquecimento, onde depois de afundado nada é, nunca foi, o mar jaz intacto e nós... esquecidos...

Está aí minha tortura, meu esforço em permanecer, em sobreviver a mim, está aí meu apelo, minha vontade de ficar, ficar, ficar... mesmo que já tendo ido.
Está aí minha vaidade e vontade de vencer mais que a morte, a morte da minha morte, o meu esquecimento.

Houve um tempo onde tudo isso era verdade e pra mim fazia muito sentido, valia o imenso esforço que eu fazia para realizar certas coisas.
Hoje... Não mais.
Percebi que não sou lembrado.
Que o ser especial duro uma semana, um mês, um ano, mas até em lagos pequenos ou grandes que somos, também cabe o meu eu sobrevivente.
Vivemos em dias onde mesmo a tatuagem que um dia foi especial pode ser apagada.
Hoje é dia em que morremos ainda vivos, são tantas as possibilidades, as oportunidades...
Para os demais sou programa vigente, que com o tempo... fica obsoleto, rapidamente passoi.
Que dor! Morrerei um segredo jamais contado, uma história jamais ouvida.
Minha vaidade se contrai, meu peito dilata, vazio... Respira... Respira...
Sou só mais uma, e quando não for mais, tento aceitar, jamais terei sido!!!
Nada...

Pandora.

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